A Escola de Ensino Galego
Seja a escola o lar da Galiza
No primeiro terço do S. XX as instituiçons e serviços escolares eram escassos, deficientes, e desenhados a partir dumha mentalidade centralista e uniformizadora que desconsiderava, particularmente, a situaçom cultural e linguística galega, tal e como tem informado Costa Rico [1].
Segundo o historiador a escola estatal podia “chegar mesmo a entorpecer a construçom positiva e expansiva da personalidade das crianças”. Neste contexto, o idioma próprio nom era oficial e estava proibida a sua aprendizagem já desde os primórdios do regime liberal espanhol, afiançando-se esta tendência em 1857, com a aprovaçom da Lei Moyano. No seu artigo 88, estabelecia que a Gramática e a Ortografia castelhana fosse texto obrigatório e único em todas as escolas financiadas polo Estado.
Em oposiçom a este programa etnocida, nomeadamente a partir da fundaçom das Irmandades da Fala em 1916, vai começar umha onda de reivindicaçons em A Nosa Terra por parte de autores como Victoriano Taibo, Ortiz Novo, Leandro Carré e Aurelio Ribalta, entre outros.
Demandavam umha presença dignificadora para o galego, como via de comunicaçom no processo de ensino-aprendizagem, assim como a incorporaçom de conteúdos relacionados com a realiade histórica, cultural ou geográfica própria, tal e como tem sinalado Rivas Barros [2]. Como exemplo do indicado, resgatamos as palavras de Antom Vilar Ponte no primeiro número de A Nosa Terra:
Fundar e soster escolas en Galicia é obra santa, patriótica. Mais axudar á vida deste boletín, é corolario obrigado daquelas iniciativas loudabres. As escolas son pra os nenos; o boletín, trala xuntanza dos enxebres, espertará o sentimento i o pensamento da mocedade que comenza a xurdir na loita.
A Nosa Terra, Corunha, n°1, 14 de Novembro de 1916
Em sintonia, escrevia o mestre Enrique Dias Castinheiras, mas neste caso para denunciar a imposiçom da escola castelhana:
A imposición da escola primária castellana, é un atentado continuo ó dereito dos nosos fillos; pónos en situación d`humillante inferioridade, e fai, pouco menos que imposibre, a percisa compenetración antre a escola y-a familia [sic]. Falan autoridades na materia. Cousa que non temos d’esquencere.
A Nosa Terra, Corunha, nº8, 25 de xaneiro de 1917
Asemblea Nazonalista das Irmandades
O Estado atentava contra os filhos da Galiza e em resposta a esta ignomínia a Asemblea Nazonalista das Irmandades celebrada em Lugo em 1918, situava como umha das faculdades (ou competências) do Poder Galego o educativo, com estas palavras: “A potestade docente do Estado actual pasará enteira ó Poder Galego”.
Deste modo, entendiam que para poder tornar público o sistema educativo este devia ser gerido por um Estado Galego livremente federado com outras nacionalidades ibéricas –incluída Portugal- e, enquanto esse cenário nom chegar, analisavam-se com otimismo as iniciativas populares e privadas de signo galeguizador –analisadas judiciosamente por Vázquez Souza [3]- tal e como formulava um dos artífices mais salientáveis na articulaçom do pensamento educativo irmandinho, o filósofo e psicólogo Joam Vicente Viqueira:
Lembrémonos ademais que existen en Galicia moitas escolas privadas, que non son do Estado, (un dos fenómenos mais interesantes da nosa vida educacional) e que n'estas encontraríamos un bon terreo para o galeguismo. Fai falla eiquí, como en todo traballo renovador, tacto, constancia e entusiasmo.
J.V. Viqueira, "O galego na escola", A Nosa Terra, 30 de decembro de 1917
Indica Narciso de Gabriel [4] que num solto sem assinar de 30 de setembro de 1918, atribuído provavelmente a Viqueira, defende-se a ideia de que cada Irmandade devia criar umha escola inspirada nos ideias galeguistas, servindo de modelo tanto para o resto de escolas particulares, quanto para os centros sustentados polo Estado, advertindo que algumha já estava a planificar o modo de tornar realidade este objetivo.
Polo menos todas as “Irmandades” terían que soster unha escola que fose como modelo capaz de imporse logo nas particulares e nas do Estado. Galleguizada unha generación, o cimento da nova Galicia ficaría feito. Isto, e un laboratorio de Estudos Gallegos, gallegos en todo, son o de maior interés para nós. Os ricos que dicen querer a Galicia, aquí teñen o meio de provar canto é o seu cariño.
Joam Vicente Viqueira. Em Xosé Mª Dobarro Paz e Ernesto Vázquez Souza, Ánxel Casal (1895-1936), p.3. Textos e documentos. (Sada: Ediciós do Castro, 2003).
Galeguizaçom das escolas
Na III assembleia irmandinha de Vigo, em 1921, decide-se encomendar a Vicente Risco o Plan Pedagóxico para a galeguización das escolas, que será publicado na revista Nós.
O mais importante teórico do nacionalismo galego da época também se mostrará favorável à consolidaçom da iniciativa popular educativa anos mais tarde devido à falta de liberdade do professorado no ensino estatal para poder galeguizá-lo.
Coma queira qu'a libertade da cátedra estalle interdita ao Magisterio oficial, os escolantes do Estado non poden, anque quixeran, introducir novedades en senso galeguista. Pol-o tanto, hoxe por hoxe, onde se pode traballar unicamente é nas escolas particulares. […]
Vicente Risco, "A galeguización da Escola", A Fouce, 29, 1-3-1931
As Irmandades, ao situarem o conflito linguístico, cultural e, portanto, educativo na sua dimensom sociopolítica, eram conscientes da necessidade de articular umha resposta popular organizada para impulsionar a construçom da Escola Nacional Galega.
Um contrapoder que faria oposiçom ao programa educativo de nacionalizaçom cultural e ideológica espanhola durante a Ditadura de Primo de Rivera (1923-1930), que era continuista da tradiçom assimilista estatal, ao perseguir as línguas nom espanholas no sistema educativo, assim como as ideias progressistas e contrarias à unidade de Espanha.
A Real Orden de 1925 notava em relaçom a este aspecto:
2º. Los inspectores de primera enseñanza en las visitas que realicen examinarán los libros de texto en las escuelas y si no estuviesen escritos en español o contuviesen doctrinas de tendencia contrarias a la unidad de la Patria, o contra las bases que constituyen el fundamento del régimen social, los harán retirar inmediatamente de las manos de los niños y procederán a formar expediente
RO de 13.X.1925, Colección Legislativa del Ministerio de Instrucción Pública y Bellas Artes, pp. 569-571.
Num tempo caracterizado pola ausência de soberania política, jurídica e administrativa, as Irmandades da Fala acreditavam na potencialidade da educaçom popular como ferramenta de galeguizaçom social e sustento do seu projeto político e cultural.
Todo um crisol de ideias adiantadas nutriam os seus órgãos independentes de prensa, assim como conferências e aulas para adultos.
Ademais, a este rico tecido cultural viria a somara-se a iniciativa das Escolas do Insinho Galego (em adiante Escolas de Ensino Galego). Com este fim reunem-se, no dia 8 de julho de 1923 na sede localizada no rés-do-cham do nº17 da Praça Maria Pita da Corunha, dada a necessidade de abordar a proposta de Ângelo Casal de “fundar e sustentar escolas que redimissem o povo galego da ignorância na qual estava mergulhado, ao tempo que servissem para inculcar nas geraçons futuras a verdadeira consciência galega”.
O próprio Casal realizava um patriótico asserto para justificar este empreendimento educativo [5]:
Galicia precisa qu-os seus fillos lean i-escriban n-a sua Fala para que-a sintan; qu-estuden n-a sua Xeografía para qu-a coñezan, e coñecendoa quéiran-a; que lles digan das grorias d-os seus homes para honra-los; que beban nas fontes da sua Tradición, da sua Cultura e da sua Arte para que-as continúen sin influenzas alleas e que seipan pol-a sua Historia dos aldraxes e das persecuciós de que foi vítima.
Para os fillos de Galicia, A Nosa Terra, 15 de agosto de 1923
As Escolas do Insinho Galego
O projeto foi apoiado por todos os assistentes à assembleia e esse mesmo dia fôrom redigidas as Bases [6] para sustentar a única escola que seria fundada.
No citado documento contemplava-se, “por puro imperativo legal” segundo Insua [7], que o ensino ia ser realizado em idioma espanhol (Base 1ª), mas utilizando o galego para “a letura da nosa literatura peculiar e demais libros didáiticos que se poidan outer, e para algunhas espricaciós de leiciós práiticas, a fin de qu-os nenos poidan comprender mellor as ensinanzas d-os mestres”.
A esse respeito destaca Rivas Barrós [8] que “segundo diversos testemunhos, entre os que destacamos o de Jenaro Marinhas do Vale, Manuel Casal (…), as aulas decorriam única e exclusivamente em galego”, embora especifique igualmente a autora que “sem restar veracidade às anteriores testemunhas, levando em conta que a maior parte do alunado desta escola entraria posteriormente no Instituto ou na Escola de Comércio (onde nom permitiam o ensino em galego) e que os livros de texto estavam escritos em castelhano, tornaria-se extremamente difícil um processo de ensino-aprendizagem utilizando exclusivamente o galego como código de comunicaçom.
Assim, provavelmente fôrom utilizados o galego e o castelhano intercambiavelmente, dependendo dos conteúdos que se trabalhassem em cada momento”.
O órgão de governo das Escolas, segundo a base nº2, estava constituído por um Conselho formado polo Conselheiro 1º da Irmandade da Fala (presidente nato), o presidente da Secçom de Cultura e Fala (secretário), o tesoureiro (tesoureiro-contador) e dous escolantes “de ambos sexos e reconhecido galeguismo” como assessores técnicos, todos com direito a voz e voto.
Como professora e professor fôrom nomeados respetivamente Elvira Bao, para a Escola de nenas, e Ângelo Casal, para a Escola de nenos -sendo Manuel Luís Acunha docente auxiliar-, pois a segregaçom do alunado era preceptiva durante a ditadura primorriverista.
Lamentavelmente, a escola de nenas nom puido abrir ao nom ter matrícula suficiente, segundo Rivas Barros devido às “distintas consideraçons culturais, sociais, religiosas e económicas próprias dumha sociedade sexualmente discriminatória” (2001, p. 205).
Assim, devemos levar em conta que, segundo a autora, na década de vinte a percentagem de analfabetismo feminino na Galiza era altíssimo: 60,3%, frente a 37,1% de analfabetismo masculino.
As Escolas financiárom-se graças à constituiçom da Sociedade Protetora das Escolas de Ensino Galego, achegando cada sócio umha quota mínima de duas pesetas mensais, segundo a base nº3. A sociedade, segundo Casal, devia ser:
O vértice onde converxan todol-os galegos que desexan sinceiramente o benestar da Patria. O mesmo os que loitan á peito descuberto nas diferentes instituciós que representan á nova Galicia; que aqueloutros que, a pesar de sentir o fogo sagrado do amor á Terra, inda veña actuando dentro dos antiguos moldes atados á eles pol-a forza d`os intereses creados e pol-a falla de decisión.
Ângelo Casal, “Pol-o ben de Galicia”, A Nosa Terra, I-IX-1923.
Neste artigo, o autor fazia um chamado público à unidade para dar fim “d’unha vez para sempre con todol-os receios” existentes como consequência da ruptura das Irmandades verificada na sua IV Asembleia decorrida em 1922 em Monforte, tal e como tem frisado Ínsua [9].
Assim sendo, a escola irmandinha seria para o mais célebre editor da literatura galega o médio para “fortificar as filas galeguistas, matando o vírus do divide e vencerás”, virando na casa comum onde nacionalistas de diferentes tendências somassem os seus esforços, tal e como se pode verificar nas listagens de sócios protectores publicadas em A Nosa Terra.
A partir de setembro de 1923 aparecem nomes como os de Casal, F. Zamora, Lugris, Leandro Carré, Vítor Casas, Portela Valadares, Risco, F. L. Cuevilhas ou Lopes Abente, entre outros.
Esta “ideia genial da Irmandade”, tal e como a demoninaria F. Zamora [10], vice-presidente das Irmandades em 1923, exigia também da implicaçom económica das entidades da Terra e do estrangeiro, que eram persuadidas polos anúncios irmandinhos que povoavam as páginas de A Nosa Terra.
O local escolar, gratuitamente cedido pola Irmandade herculina, segundo a base nº4, situava-se na Praça Maria Pita, nº 17.
Segundo Martín e Saavedra [11] tratava-se dum espaço alongado, com vistas à Avenida de Montouto e tinha um salom de atos com cenário onde decorriam diferentes atividades culturais como recitais, conferências e obras de teatro.
A atividade escolar começou o dia 23 de abril de 1924, de acordo com as testemunhas entrevistadas por Vázquez Souza (2016). Depois do primeiro ano de funcionamento, o centro educativo mudou para a rua Real nº36, 1º andar, onde também se localizava a casa de Maria Miramontes e Ângelo Casal; a editora Lar, com Leandro Carré; a Editora Nós e a administraçom de A Nosa Terra, assim como a matriz da Irmandade corunhesa.
Inicialmente contemplava-se no seu espaço a escolarizaçom dum máximo de 50 crianças por docente, de entre quatro a sete anos de idade, para enfrentar mais tarde a implementaçom dumha escola “elemental”, dando continuidade à primeira etapa, segundo a base nº 6. A escola oferecia um “serviço gratuito”, incluindo os “livros e demais material preciso” (base 8) que era escolhido polo “conselho administrativo” (base 10).
O colégio estava dotado com mesas de dous lugares com um tinteiro no meio, fabricadas solidariamente por carpinteiros irmandinhos que, segundo o aluno Jenaro Marinhas [12], “nada quigeram cobrar por um trabalho que beneficiava à comunidade em que eles próprios estavam interessados”.
As aulas na Escola de Ensino Galego
As aulas na Escola de Ensino Galego começárom com vinte educandos matriculados e, em 1926 a cifra de discentes ascendia a sessenta.
Rivas Barros informa que polo centro passárom aproximadamente cem escolares, variando entre os quinze e os vinte por ano e, “ainda que nas Bases das Escolas se indicava que a primeira [escola] teria que ser de crianças, entre os quatro e sete anos, na verdade assistiam crianças entre cinco e dez anos, filhos, na sua maior parte, de sócios da Irmandade [13], no entanto, devido ao seu carácter gratuito, tinham acesso a ela crianças dum nível económico baixo, como era o caso dos filhos dos empregados de comércio, que eram mais numerosos” (2001, p.207).
O alunado de Casal tem sublinhado o seu bom quefazer pedagógico, assim como o seu carácter comunicativo, compreensivo e agarimoso. Apesar de nom ser mestre titulado, o seu modelo educativo, segundo Vázquez Souza (2016), era de “avançada” graças ao magistério de Porteiro, às ideias institucionistas de Viqueira e ao generoso exemplo de Florencio Vaamonde Lores, Francisco, Tettamancy, Uxio Carré Aldao e Manuel Lugris.
Assim, frente a um ensino memorístico, doutrinador e dogmático, propunha-se umha educaçom guiada pola luz do conhecimento científico, o pensamento livre e umha orientaçom humanística como alavanca de progresso social, cultural e económico do País.
A jornada escolar dividia-se em manhá e tarde. Estudava-se ortografia, aritmética, história da Galiza, literatura e música popular. Polo contrário, nom se aprendia religiom, ao ser esta umha escola laica (Rivas Barros, 2001).Ademais, destaca Ínsua (2016, p. 29) que “contemplou saídas a algumhas localidades e enclaves dos arredores geográficos herculinos (Oça, Pontedeume, Betanços, etc.) e incluiu a interpretaçom frequente de cançons populares e do hino galego”.
Com probabilidade, as saídas escolares com fins pedagógicos –próprias do positivismo e regeneracionsimo educativo-, infrequentes na escola estatal, chegárom graças à influência exercida pola Instituiçom Livre de Ensinança num dos seus alunos mais renomados: Vicente Viqueira.
Assim, ainda que carecemos de fontes primárias, como crónicas ou escritos pedagógicos referidos a este aspecto, podemos intuir por analogia com outras experiências institucionistas semelhantes que a finalidade destas viagens educativas era a exploraçom do meio e a realizaçom de estudos geográficos, geológicos, botánicos, zoológicos, históricos, artísticos e sociológicos, entre outros aspectos, mediante a utilizaçom de cadernos de campo por parte do alunado, contribuindo para a sua formaçom intelectual, motriz, ética e estética.
Nestas excursons, como informa Vazquez Souza (2016), as crianças iam acompanhadas por membros da associaçom corunhesa Amantes del Campo, entre eles: a família de Alfredo Somoça, a de Leiras Pulpeiro e a de Zamora.
O centro educativo era, aliás, visitado por bultos da política e da cultura galegas como Antom Vilar Ponte, Rodrigues Castelao, Lesta Meis e Soares Picalho, entre outros. Depois dumha visita, Outeiro Pedraio escrevia:
Cando saían os nenos da Escola da Irmandade correu unha esperanza pol-a Rua Real e os señores de barba e pérola na cravata, hastra non figuraban tan vellos
Outeiro Pedraio, R.: “Esquemas e lembranzas”, A Nosa Terra, 1-I-1929.
O interesse do projeto educativo
Era tal o interesse e esperança que suscitava este projeto educativo no seio do galeguismo que o polifacético artista Camilo Dias Balinho, membro das Irmandades, dedicaria o seu “Conto de Guerra”, um relato anti-belicista entre as tropas británicas e francesas ambientado na Elbinha de 1809, às Escolas de Ensino Galego e a Casal, o seu editor.
Âs Escolas da Irmandade da Fala – novo lar onde arde o lume sagro da Raza. A Anxel Casal, meu irman ben querido, loitador qu’alcende os corazons dos rapaciños das escolas irmandinas
Camilo Díaz Baliño, Nadal de 1927
Outro exemplo desta expectaçom colectiva é a representa por Federico Zamora, co-fundador do centro educativo irmandinho, que seria comissionado para visitar as Escolas do Mar e as Escolas de Ensinança Catalá de Barcelona com o objetivo de procurar inspiraçom. Em 1924 escrevia nas páginas de A Nosa Terra:
Âs Escolas do Insiño Galego serán a pedra angular na que descansará no futuro o movimento galego, serán os cimentos do pleno rexurdimento d’aqueles valores que temos.
As Escolas do Insiño Galego. A Nosa Terra, 197, 1-II-1924, pp. 7-8.
As palavras de Zamora seriam proféticas, pois fôrom vários os estudantes que, anos depois, se caracterizárom por um forte compromisso ético e cívico na defesa dos direitos históricos e nacionais galegos. Entre eles podemos aludir aos nomes do dramaturgo Jenaro Marinhas, os irmaos Codesal, os irmaos Galám Calvete (Fernando, Jaime e Pedro; este último futuro dirigente das Mocidades Galeguistas, assassinado em 1936 com 19 anos de idade), os militantes galeguistas Julio Pita e Fernando Soares, entre outros.
Esta experiência educativa terminou em 1930, momento em que Ângelo Casal e Maria Miramontes se deslocam para Compostela, ao atravessarem dificuldades económicas devido ao fracasso do jornal vespertino El Momento e com o alvo de ficarem mais próximos do Seminário de Estudos Galegos, já que a Editora Nós publicava todas as obras desta instituiçom.
A obscuridade da ditadura franquista apagou as vidas dumha esforçada e comprometida geraçom com o seu extermínio físico, exílio e silêncio, mas nom a memória que hoje vive nas Escolas de Ensino Galego Semente para a construçom do velho sonho irmandinho da Escola Nacional Galega.
- [1] Historia da Educación e da Cultura en Galicia (p. 1028, 2004).
- [2] Rivas Barrós, S. (1997): “As ‘Escolas do Insiño Galego’ da Coruña (1924-1930)”, Revista Galega de Educación, 30, pp. 80-85.
- [3] Umha velha Galescola: “As escolas do Ensinho galego”. A escola das Irmandades da Fala e outras experiências pioneiras e inspiradoras, Narom, Semente trasancos, 2016, p.7-58.
- [4] Narciso de Gabriel Fernández (2023). A dimensión educativa das Irmandades da Fala. Algunhas propostas e realizacións. Sarmiento: Revista Galego-Portuguesa de Historia da Educación.
- [5] Ângelo Casal.
- [6] Bases das Escolas do Insiño Galego anexas a Irmandade da Fala na Cruña, A Nosa Terra, 15/08/192.
- [7] Ínsua, E. X. (2016b): “As “escolas do insiño galego”: unha experiencia pedagóxica das Irmandades”, Aulas libres. Revista de pensamento, información e debate do STEG, 6, pp. 28-29.
- [8] Rivas Barrós, S. (2001): A derradeira lección dos mestres. Galeguismo e pensamento pedagóxico (1900-1936). Vigo, Xerais, p. 203.
- [9] Unha experiencia pedagóxica emblemática das Irmandades: as “Escolas do Insiño Galego”. Semanário Sermos Galiza, 6 de abril de 2024.
- [10] As Escolas do Insiño Galego. Federico Zamora, A Nosa Terra, 197, 1-II-1924, pp. 7-8.
- [11] Martín, C. e Saavedra, S. (2023). As Escolas do Insiño Galego. RDO Cultural. Deputación da Coruña.
- [12] “Ánxel Casal Editor e galeguista”, Suplemento, A Nosa Terra Nº 700, 16-11-1995, p.4.
- [13] Segundo a base 9 tinham direito de prelaçom “os filhos dos sócios protectores ou os dos Irmaos da Fala”.