A Escola Nacional Galega

Um projeto inacabado

As Escolas de Ensino Galego Semente som instituídas, como umha iniciativa popular, polo compostelano centro social A Gentalha do Pichel em 2011, dando lugar a umha rede associativa, sem ánimo de lucro, que promove umha educaçom auto-centrada, multilingue, inclusiva, laica e renovadora pedagogicamente.

Rascunho inicial de possíveis nomes para o projeto educativo.
Rascunho inicial de possíveis nomes para o projeto educativo.

Um ano antes, o governo do Partido Popular aprovava unilateralmente umha normativa – o D. 79/2010, de plurilinguismo- fortemente restritiva para o uso e aprendizagem da língua galega, recebendo umha contestaçom multitudinária.

Assim sendo, em resposta à vulneraçom dos direitos linguísticos, culturais e educativos do povo galego, organizava-se umha das maiores manifestaçons das últimas décadas.

Um total de 60.000 pessoas, convocadas pola Plataforma Queremos Galego, lotava a Praça do Obradoiro para pedir a derogaçom desta normativa linguicida.

Manifestaçom Queremos Galego.
Manifestaçom Queremos Galego.

A oposiçom a este quadro legal convocou, ademais, ao conjunto das universidades galegas, ao sindicalismo maioritário, às AMPAS, às Academias da Língua Galega e Portuguesa, aos movimentos de renovaçom pedagógica, assim como a importantes estamentos internacionais como o Conselho da Europa -perante o incumprimento da Carta Europeia de Línguas Reginonais e Minoritárias- e o relator especial da ONU para as minorias nacionais.

Neste contexto, as Escolas de Ensino Galego Semente constituem-se como umha iniciativa social mais para tornar efectivos os direitos colectivos que assistem às novas geraçons, dando-lhes a possibilidade de estarem no mundo sem renunciarem à sua identidade. Para demonstrar que todas as culturas importam, forem elas grandes ou pequenas e que nom é preciso abandonar o idioma próprio para adquirir novas e diversas línguas.

Umha escola com memória

O nascimento da primeira Semente, porém, nom foi um acon­tecimento novo, fai parte dum alargado ronsel galeguista no qual salientamos as Escolas de Ensino Galego, fundadas em 1923 polas Irmandades da Fala graças ao esforço de Ângelo Casal, Maria Miramontes, Leandro Carré ou Elvira Bao, entre outras/os.

Um exemplo de galeguizaçom educativa, laicidade e renovaçom pedagógica que proporciona a este projeto nome, orgulho e sentido histórico no ambicionado e renovado objetivo de construçom da Escola Nacional Galega.

Um horizonte ao que chegar com o contributo e a colaboraçom de todas aquelas entidades sociais, culturais, políticas e sindicais que trabalham quotidianamente pola galeguizaçom do sistema educativo no seu conjunto.

Desenho de Leandro Lamas polo cem aniversário da Escola de Ensino Galego.
Desenho de Leandro Lamas polo cem aniversário da Escola de Ensino Galego
Mapa da imersom linguística na Europa
Mapa da imersom linguística na Europa

Umha escola internacional

A Semente germolou e, movida polos ventos da esperança e do amor polo próprio, espalhou-se por todo o País.

Graças à densa rede associativa que conformam os centros sociais autogeridos, o projeto conta com seis centros educativos, dando serviço a alunado escolarizado no Ensino Infantil (2-6 anos) e Primário (6-12 anos), sendo esta última etapa homologada polo governo galego e acreditada pola NEASC (New England Association of Schools and Colleges).

Igualmente, produziu-se um incremento no número de matrículas: de 3 crianças em 2011 a 150 aproximadamente na atualidade.

Como as Bressolas na Catalunha Norte ou as Ikastolas no País Basco, assim a Galiza virou numa naçom mais da Europa que constrói o futuro da sua língua através da iniciati­va popular educativa.