A Semente e os frutos
Docentes e alunado
Docentes. A Semente
Ângelo Casal Gosenxe
Ângelo Casal Gosenxe (Corunha, 1895 – Cacheiras, 1936).Político, editor, fundador das Irmandades, do Partido Galeguista e da Escola de Ensino Galego.
Os seus alunos, segundo Rivas Barrós, destacam o seu “bom quefazer pedagógico e o carácter comunicativo, compreensivo e agarimoso”.
Fundou as editoras Lar –com Leandro Carré– e Nós, chegando a publicar os cem melhores livros da literatura galega do seu tempo. Segundo Ramón Vilares, foi no eido da industria cultural o que Risco foi na teoria nacionalista, Outeiro Pedraio na prosa romancística ou Castelao no desenho e, com certeza, no liderado político.
Foi assassinado polo fascismo numha gávia de Cacheiras na noite de 18 para 19 de agosto, sendo alcaide e chefe do Comitê Republicano de Santiago de Compostela.
Castelao dixo dele: “Casal, por Galiza, fixo mais que todos nós”.
Docentes. A Semente
Elvira Bao Maceiras
Elvira Bao Maceiras (Counha, 1890 – 1971). Professora, diretora das Colónias escolares de Santa Maria de Oça, membro da diretiva das Irmandades, do Conservatório Nacional de Arte Galega, do Partido Galeguista e da Agrupaçom Republicana Feminina.
Será nomeada, polo seu “reconhecido galeguismo”, docente da secçom feminina da Escola de Ensino Galego. Depois do golpe fascista, passou meses no cárcere e foi depurada do magistério.
Como consequência, fundou umha escola em Sam Roque de Fora onde praticou um ensino humanístico, em língua galega, coeducativo e acessível para as classes populares.
Ramón Isasi, aluno seu, assinala sobre a mestra:”explicou-nos que era o respeito, a solidariedade, a tolerância…”.
Docentes. A Semente
Manuel Luís Acunha
Manuel Luís Acunha Sarmiento (Sobrado, 1899 – Ourense, 1975). Jornalista, poeta e docente. Estuda magistério por livre, ingressando em 1928 no Corpo Estatal de Magistério e trabalhando em Ourense, Corunha e Madri.
Foi mestre auxiliar na Escola de Ensino Galego das Irmandades da Fala e diretor do jornal progressista e galeguista “El Momento”, fundado por Ângelo Casal e impresso na Editora Nós.
Co-dirigiu a página cultural “Viernes literarios” de La Región e foi membro do conselho de redaçom de “Escuela de Trabajo”. Como escritor pertence à Geraçom de 31, sendo autor da obra “Fírgoas”, publicado pola Editora Nós em 1933.
Como consequência da sua militância no Partido Galeguista, foi depurado do magistério estatal, estando obrigado a trabalhar no âmbito do ensino privado.
Alunado. Os frutos
Pedro Galám Calvete
Pedro Galám Calvete (Corunha, 1917 – Corveira, 1936). Político, secretário de organizaçom das mocidades nacionalistas da Corunha e contável.
Começou os seus estudos na Escola de Ensino Galego das Irmandades da Fala, sendo o seu professor Ângelo Casal.
Posteriormente, continua os seus estudos na Escola Profissional de Comércio, trabalha no departamento de contabilidade de xabons A Toxa e representa as mocidades herculinas na assembleia fundacional da Federeaçom de Mocidades Galeguistas decorrida em Ourense em 1934, chegando a fazer parte do seu Conselho Nacional.
Participou da fundaçom do Clube do Mar e colaborou no boletim A Nosa Terra. Em 1936 rejeita fugir para América, iniciando os estudos de Direito.
O dia 16 de setembro encontra-se o seu corpo sem vida, com 19 anos de idade, numha gávia da Corveira (Culheredo).
Alunado. Os frutos
Jenaro Marinhas do Vale
Jenaro Marinhas do Vale (Corunha, 1908 – 1999). Foi um romancista, ensaista, poeta, dramaturgo e militante nacionalista.
De novo entrou em contacto com o galeguismo da mão dos integrantes da Cova Céltica, como Francisco Tettamancy, Uxío Carré ou Manuel Lugris. Estudou empresas e dedicou-se a atividades mercantis, frequentando as Irmandades da Fala.
Assim sendo, estivo vinculado à Escola de Ensino Galego e fundou com Pedro Galám a Mocidade Galeguista herculina e o semanário La Draga.
Durante a pós-guerra, entra em contacto clandestinamente como outros galeguistas, como Francisco Fernandes do Rego, e funda a Editora Galáxia e a revista Grial. Em 1978 ingressa na Academia Galega, no entanto a sua defesa da unidade linguística galego-portuguesa situa-o na periferia do polissistema literário, abandonando esta instituiçom em 1990, ano de falecimento de Carvalho Calero.
Foi membro de honra da Associaçom Galega da Língua, recebendo nos seus últimos anos homenagens da AS-PG, da Agrupaçom Cultural O Facho, da Fundaçom Alexandre Bóveda e, no âmbito político, do BNG.
Entre outro alunado que frequentou as aulas podemos aludir aos nomes dos irmaos Codesal, os irmaos Galám Calvete (Fernando, Jaime e Pedro), os militantes galeguistas Julio Pita e Fernando Soares, entre outros.